segunda-feira, 1 de maio de 2017

COTIDIANO : Sinpol critica governador por punir presidente da organização


Áureo Cisneiros foi punido com suspensão de 20 dias acusado de ter entrado sem autorização no IML
Presidente do Sinpol, Áureo Cisneiros
                                                  Presidente do Sinpol, Áureo Cisneiros                                                                                                                        Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Depois da punição ao presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE), Áureo Cisneiros, na última sexta-feira, com suspensão de 20 dias, acusado de entrar sem autorização no Instituto de Medicina Legal (IML) e interromper o trabalho na sala de necropsia, o Sinpol divulgou nota de posicionamento. A reportagem da Folha de Pernambuco procurou a Secretaria de Defesa Social, mas não obteve resposta. 

A seguir, a nota na íntegra:

Em mais um ato de perseguição, governo pune presidente do Sinpol em meio à greve geral

Demonstrando estar totalmente desconectado da realidade, o Governador de Pernambuco, Paulo Câmara, tem insistido na estratégia de jogar a responsabilidade por seu desgoverno em suas vítimas. Foi assim diante do crescimento assustador dos casos de estupro – quando orientou as mulheres a não beberem e a voltarem cedo para casa; no crescimento vertiginoso em todas as modalidades de crimes praticados no estado, situação que ele avalia como “desconfortável” e que está sendo superestimada; e quando se pronunciou contra a maior Greve Geral da história do país, se colocando ao lado do governo ilegítimo de Michel Temer e a favor da reforma da previdência.

Não satisfeito, usando um dos seus assessores, o Secretário de Defesa Social, Ângelo Gioia, agora decidiu punir administrativamente o Presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (SINPOL), Áureo Cisneiros. Dessa vez, por denunciar e mostrar, através da imprensa, as péssimas condições em que funcionavam e funcionam até hoje o Instituto de Medicina Legal (IML). O intrigante é que a punição foi aplicada justamente em meio ao protagonismo do SINPOL na organização das mobilizações que culminaram com a greve geral e um grandioso ato que levou mais de 100.000 pessoas ao Centro do Recife contra as reformas de Temer que o governador apoia. A decisão, totalmente política, evidencia uma reiterada prática do governo de Paulo Câmara, independentemente de quem venha a estar como Secretário de Defesa Social: a perseguição.

Há cerca de dois anos o Sinpol vem denunciando a falta de condições de trabalho a que os Policiais Civis de Pernambuco estão submetidos diariamente. O armamento com o qual trabalham está defasado e apresenta diversos casos de falha, não há coletes à prova de balas em número suficiente, o efetivo é de metade do necessário, faltam viaturas, gasolina, papel para imprimir Boletins de Ocorrência, limpeza e tantas outras coisas. Além disso, a maioria dos imóveis em que estão instaladas as delegacias e institutos da Polícia Civil não tem condição alguma de oferecer o mínimo de conforto para policiais e cidadãos.

É o caso do IML, situação denunciada pelo Sinpol que gerou a descabida punição. Nas instalações do Instituto há registros de casos de Policiais que ficaram cegos, outro que contraíram tuberculose e diariamente centenas de cidadãos se expõem a graves riscos, em virtude das deficiências e insalubridade do local. Diante de uma realidade tão grave, nos assusta que o caso esteja sendo usado como instrumento de perseguição política e pressão institucional. Dito isso, anunciamos que vamos recorrer judicialmente e para demonstrar que esse tipo de atitude não nos intimidará, divulgaremos em junho um novo dossiê com a realidade que o governador e seu secretário tentam esconder: não há efetivo suficiente e muito menos condições de trabalho dignas para a Polícia Civil.

FONTE : FOLHA DE PERNAMBUCO

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