Uma das hipóteses é que vírus foi introduzido na Copa das Confederações.
Pesquisa sequenciou o genoma de sete amostras de vírus.
Aedes aegypti, mosquito transmissor de zika, dengue, chikungunya e febre amarela, é visto sobre pele humana em laboratório (Foto: Luis Robayo/AFP)
O vírus da zika chegou ao Brasil muito antes do que se imaginava, em meados de 2013, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira (24) na revista "Science". A presença do vírus no país só seria identificada em abril de 2015. A pesquisa foi liderada por cientistas do Instituto Evandro Chagas, no Pará, e da Universidade de Oxford, no Reino Unido.
A conclusão partiu de sete sequenciamentos do genoma do vírus isolado em amostras coletadas no Brasil e de análises de viagens aéreas de passageiros vindos de áreas endêmicas ou com surto de zika nas ilhas do Pacífico.
A análise dos dados genômicos revelou uma variabilidade muito pequena entre eles, o que sugere que houve uma introdução única do vírus no país, em algum momento entre maio e dezembro de 2013.
Registros de viagens aéreas demonstram, segundo pesquisadores, que houve um aumento de passageiros vindos de regiões afetadas pelo vírus da zika justamente neste período. Segundo o biólogo Oliver Pybus, um dos autores do estudo e professor da Universidade de Oxford, a partir do final de 2012, houve um aumento de 50% na chegada de passageiros ao Brasil vindos de áreas com zika.
Hipótese: Copa das Confederações
Uma das hipóteses em estudo é que o vírus pode ter sido introduzido no país durante a Copa das Confederações de 2013, que ocorreu no Brasil entre 15 e 30 de junho de 2013. O evento teve a participação do Taiti, que fica na Polinésia Francesa, região que foi afetada pelo vírus naquela época.
Este é o primeiro estudo sobre o surto de zika no Brasil a fazer uma análise desse tipo em relação aos dados genômicos, segundo Nuno Faria, um dos autores do estudo e professor da Universidade de Oxford e do Instituto Evandro Chagas.
O estudo também contou com a participação de pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Universidade Federal de Feira de Santana, da UIniversidade de Washington, da Universidade de Toronto e da Universidade do Texas.
FONTE : PORTAL G1