Intenção é estender a fiscalização para todo o Estado nos próximos dias
PE-01, em Olinda, uma das vias onde há a exigência, foi cenário de blitz. Multa aplicada a infratores foi de R$ 85,13
O início da fiscalização do uso obrigatório dos faróis baixos acesos em rodovias e túneis durante o dia deixou muita gente confusa. Na sexta-feira (8), na PE-01, onde foi realizada a primeira blitz para averiguar o cumprimento da legislação na Região Metropolitana do Recife, 79 condutores acabaram sendo notificados. A infração é considerada média e tem multa de R$ 85,13, além de quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação. Conforme o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), a intenção é estender a fiscalização para todo o Estado nos próximos dias.
Ontem, já era possível ver muitos veículos com os faróis baixos acesos mesmo em vias em que não há exigência. Essa precaução é reflexo das dúvidas sobre a localização exata das rodovias estaduais, já que parte delas fica em trechos urbanos e é administrada pelas prefeituras, caso das avenidas Mascarenhas de Morais, Norte e Caxangá, no Recife.
A autônoma Dalva Moreira, uma das pessoas abordadas na blitz, disse que se atrapalhou diante dessa incerteza. “Não sabia que aqui era uma PE. Colocaram a lei, mas esqueceram da sinalização indicando as rodovias”, afirmou.
Teve gente que também se queixou do pouco tempo para adaptação à medida, sancionada pela presidência da República em maio. O operador de máquinas Reginaldo Gomes, 66 anos, disse que teve um problema técnico no carro, parou num posto de combustíveis e, na saída, esqueceu de ligar o farol. “Eu estava sabendo da lei e acho que é válida. Mas não concordo que multem já no primeiro dia. Deveria ser um período educativo”, declarou.
Houve também quem tenha trafegado apenas com a lanterna acesa, em vez do farol baixo, como é exigido. “O farol baixo é aquele normalmente utilizado à noite, em que você gira dois pontos da alavanca de acendimento”, explicou o gerente de fiscalização e vistorias do DER-PE, Laurent Licari. Assim, o nível mais baixo de iluminação - o da lanterna ou farolete - não é aceito. Só acender os faróis de neblina ou de milha - aqueles na parte mais inferior do para-choque - também não é suficiente para evitar a notificação.
Por trás da exigência, há a busca por reduzir o número de ocorrências de trânsito. Só no ano passado, em Pernambuco, houve atendimento a 42,8 mil acidentados. Estudos mostram que o farol baixo aceso possibilita que um veículo seja avistado a pelo menos três quilômetros de distância, o que pode evitar colisões frontais. Também é uma ajuda aos pedestres, que percebem melhor os carros. “É comprovado que outros países que já instauraram leis semelhantes tiveram uma redução considerável nos acidentes, não só as batidas frontais, mas também os atropelamentos de pedestres e ciclistas”, esclarece Licari.
Perímetro
Com exceção dos trechos de antigas PEs administrados por prefeituras, nas demais rodovias estaduais que cortam o Grande Recife, o uso dos faróis baixos acesos é exigido, caso da PE-01, que começa em frente à Escola de Aprendizes-Marinheiros, em Olinda. Também entram nessa lista a PE-15 (Olinda e Paulista), a PE-05 (fim da avenida Caxangá, a partir da estátua do Padre Cícero, passando por Camaragibe), a PE-08 (Estrada da Batalha, Jaboatão dos Guararapes), a PE-17 (Estrada da Muribeca, Jaboatão) e a PE-27 (Estrada de Aldeia, Camaragibe).
Folharesume
Setenta e nove condutores foram notificados, ontem, primeiro dia de fiscalização dos faróis baixos acesos em veículos que passam por rodovias e túneis. No Grande Recife, houve gente confusa em trechos de PEs situados em áreas urbanas. Também houve dúvidas quanto à intensidade do farol. Multa para quem for flagrado descumprindo a legislação é de R$ 85,13.
FONTE : FOLHA DE PERNAMBUCO