Acessos aos polos na Mata Norte e atendimento básico precário, como abastecimento de água, dificultam negócios.
Componentes prioritários que deveriam antecipar as demandas dos polos em implantação no município de Goiana, na Mata Norte, seguem em tempos descoordenados com a realidade industrial do local. Acessos à cidade e aos polos, como também o atendimento básico às indústrias, como abastecimento de água, prometem avançar, mas sempre atrás da necessidade.
As indústrias agendadas para operar neste ano, como Fiat, Vivix e Empresa Brasileira de Hemoderivados e Tecnologia (Hemobrás), também não conseguiram despertar fortemente o comércio de Goiana, por exemplo. Itens como infraestrutura de esgotamento sanitário começam a sair do papel atualmente, no mesmo ano em que mais de 5 mil pessoas já estão entregando as plantas industriais.
Para chegar a Goiana, a principal via de acesso é a BR-101 Norte, com todos os entraves do caminho. O crítico trecho engarrafado em Abreu e Lima é exemplo. A solução é o burocrático Arco Metropolitano, que depois de empurra-empurra entre governo do estado e governo federal, terá R$ 1,5 bilhão dos fundos unicamente da União para construir 77 quilômetros de estrada que vai ligar às BRs 101-Sul e 101-Norte, de Goiana ao Complexo Industrial Portuário de Suape.
A presidente Dilma Rousseff chegou a confirmar o aporte federal na rodovia, mas a licitação ainda não foi publicada. Essa nova rota foi, inclusive, uma das contrapartidas do governo para trazer a Fiat para a Mata Norte e sair do planejamento inicial, que era instalar-se em Suape. A diretoria de Relações institucionais da Fiat integra o Arco no plano logístico da montadora. “Sabemos que há alternativa, mas o arco é fundamental”, disse o diretor na unidade, Antonio Sergio Mello, em recente evento da Fiat em Pernambuco. O Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT) confirmou que o edital será publicado “em breve”.
A burocracia do Arco gerou uma demanda do Estado, por meio do Departamento de Estradas e Rodagens (DER). Mais de 270 quilômetros de rodovias foram pensadas em dez rotas de acesso à Goiana, entre implantação e restauração de estradas estaduais para apoio aos polos. Mas a demanda é atual. A planta da Vivix, âncora do Polo Vidreiro de Goiana, está em fase de teste. Na operação, ainda neste semestre, cerca de 90 carretas trafegarão diariamente no entra e sai da empresa.
E outro ponto provoca entraves logísticos. O acesso interno do Polo Vidreiro é compartilhado com o Polo Farmacoquímico, ambos à margem da BR-101. Porém, o acesso construído depois de três licitações possui via única de duas faixas em uma extensão de 2 quilômetros até a entrada da Hemobrás, passando em frente à Vivix. Como se não bastasse, a equipe do Diario flagrou, por diversas vezes, caminhões supostamente de fornecedores da empresa, estacionados na via, ocupando uma das faixas e obrigando o fluxo de saída, inclusive da Hemobrás, a passar para a faixa contrária. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento de Pernambuco, responsável pela obra, nenhuma via complementar está nos planos para o local.
Fechando o débito com o polo de fármacos, não há abastecimento de água. As obras para implantação dos sistemas foi dividida. O bloco externo já teve obras iniciadas e previsão de entrega em 2014, sob responsabilidade da Compesa. Já a segunda etapa, que vai levar água para as indústrias, não há sequer projeto executivo, em elaboração por parte da Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (AD Diper). Enquanto isso, a Hemobrás continua as obras com abastecimento de água de poço perfurado com investimentos próprios.
Fonte: Diário PE
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