Dando continuidade às atividades do 1º Seminário de Economia Criativa de Goiana, o povoado de São Lourenço, no distrito de Tejucupapo, recebeu na manhã desta quinta-feira (10/04), o segundo dia do evento com uma Roda Criativa de Designer Tradicional, ocorrida no Centro de Vocação Tecnológica (CVT) da comunidade. O encontro teve o objetivo de discutir e trocar experiências da cadeia produtiva local sobre o designer aplicado ao artesanato produzido naquela região.
Durante a roda de diálogo, que teve como palestrante o designer Ticiano Arraes, do Espaço Orbe, foram apresentadas várias experiências de trabalho de artesãos da Associação Quilombolas de São Lourenço e da Cestaria Canabrava (Ponta de Pedras) e debatidas formas de agregar inovação no trabalho e desenvolvimento socioeconômico. A mediação do debate esteve a cargo da designer goianense Talhita Medeiros.
Entre os participantes os mestres Lourenço e Zé Carlos, da Cestaria Canabrava, que discorreram sobre o êxito de seus negócios. “Nosso trabalho graças a Deus deu certo. Temos muita encomenda de hotéis, restaurantes, etc, de produtos como descanso para prato, pãozeiras, porta-revistas, lixeiras, porta-lápis e muitos outros. Um deles nos pediu exclusividade na utilização de um produto da gente”, afirmou Lourenço, que tem entre seus clientes, por exemplo, a tradicional Casa do Frios.
“É preciso ter paixão pelo artesanato. Posso até trabalhar numa fábrica, mas não deixo minha arte. A gente faz, não gosta, desmancha e faz de novo até acertar”, afirma Cecília, artesã de São Lourenço, chamando a atenção de Ticiano Arraes, que citou o exemplo da comunidade quilombola sertaneja de Conceição das Creoulas, em Salgueiro, afetada pelo crescimento econômico que ocorreu naquela região por conta de grandes empreendimentos, a exemplo da Transposição do Rio São Francisco e da Ferrovia Transnordestina.
“É preciso ter cuidado e ter paixão. Lá, muitos artesãos deixaram de produzir para se inserir naquele contexto, por exemplo, construindo quartos para alugar em cima de suas casas. Perderam o norte e com a desmobilização dos canteiros de obras, o artesanato dali passa por uma situação de inanição quanto à produção”, lamenta Arraes.
Ao final da Roda Criativa, foi oferecido aos participantes um almoço na residência da mestrina em culinária local Idalina.
Fonte : Assecom – AD Goiana | Fotos: Thyago Passos
Nenhum comentário:
Postar um comentário